quarta-feira, 12 de março de 2025

Janaína e a padaria

     

          Fim de semana na vovó, a criançada, entusiasmada, brincava no tapete da sala. Nisso, a campainha tocou, e a dona da casa foi ver quem era. 

          — Janaína, há quanto tempo!

          — Mirtes, que bom que você está em casa.

          — O que foi, mulher?

          — Acabei de cair na calçada.

          — Nossa! Se machucou?

          — Acho que quebrei a padaria.

          — Ih, melhor se sentar aqui na poltrona, que é bem macia. Quer uma almofada?

          — Não, aqui já tá bom. Ah, que alívio!

          — Fique à vontade, que vou passar um café rapidinho.

          — Não precisa, Mirtes.

          — Ah, deixa de bobagem! Já faz tanto tempo que não fofocamos. 

          Enquanto Mirtes preparava o café, Janaína observava os netos da amiga brincando. Não demorou, a anfitriã trouxe uma bandeja com bule, duas xícaras com pires, além do pote com biscoitos amanteigados. 

           — Hum, esse café tá cheirando!

          — Mas me conta o que você tem feito da vida?

          — Ah, Mirtes, algumas coisas boas, outras nem tanto.

           — Pois comece pelas nem tanto, que são as melhores.

          Quase duas horas de bate-papo, as amigas se despediram. Promessas de novos encontros, talvez até para a semana. Mal fechou a porta, Mirtes observou que o Julinho, de quatro anos, estava com os olhos marejados.

           — Marco Antônio, o que você fez com seu irmão?

           — Nada, vovó.

           — E por que ele tá chorando?

           — É que ele ficou triste porque a sua amiga quebrou a padaria.

           — Julinho, não fique triste. A Janaína já está bem.

           — Mas, vovó, eu queria comer pão quentinho amanhã.

  • Nota de esclarecimento: O conto "Janaína e a padaria" foi publicado por Notibras no dia 12/3/2025.
  • https://www.notibras.com/site/juninho-inocente-desconhece-velho-ditado-e-teme-ficar-sem-pao/

Nenhum comentário:

Postar um comentário