— Janaína, há quanto tempo!
— Mirtes, que bom que você está em casa.
— O que foi, mulher?
— Acabei de cair na calçada.
— Nossa! Se machucou?
— Acho que quebrei a padaria.
— Ih, melhor se sentar aqui na poltrona, que é
bem macia. Quer uma almofada?
— Não, aqui já tá bom. Ah, que alívio!
— Fique à vontade, que vou passar um café
rapidinho.
— Não precisa, Mirtes.
— Ah, deixa de bobagem! Já faz tanto tempo que
não fofocamos.
Enquanto Mirtes preparava o café, Janaína
observava os netos da amiga brincando. Não demorou, a anfitriã trouxe uma
bandeja com bule, duas xícaras com pires, além do pote com biscoitos
amanteigados.
— Hum, esse café tá cheirando!
— Mas me conta o que você tem feito da vida?
— Ah, Mirtes, algumas coisas
boas, outras nem tanto.
— Pois comece pelas nem tanto, que são as melhores.
Quase duas horas de bate-papo, as amigas se
despediram. Promessas de novos encontros, talvez até para a semana. Mal
fechou a porta, Mirtes observou que o Julinho, de quatro anos, estava com os
olhos marejados.
— Marco Antônio, o que você fez com seu irmão?
— Nada, vovó.
— E por que ele tá chorando?
— É que ele ficou triste porque a sua amiga quebrou a
padaria.
— Julinho, não fique triste. A Janaína já está bem.
— Mas, vovó, eu queria comer pão quentinho amanhã.
- Nota de esclarecimento: O conto "Janaína e a padaria" foi publicado por Notibras no dia 12/3/2025.
- https://www.notibras.com/site/juninho-inocente-desconhece-velho-ditado-e-teme-ficar-sem-pao/
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