Como todos que acompanham o meu blog devem saber, sou casado com a Dona Irene, a mais fanática torcedora do Palmeiras. Pois bem, essa história aconteceu exatamente no dia 25 de julho de 2018, quando o Verdão jogou contra o Fluminense em partida válida pelo Campeonato Brasileiro. E enquanto a minha mulher assistia ao jogo confortavelmente instalada em nossa cama, a minha filha e eu brincávamos de baralho na sala, e o Chengulo, nosso buldogue francês, roncava alto bem ao lado.
Logo depois da minha filha ganhar mais uma partida, fui até o quarto para ver como a minha amada estava. Sentei ao seu lado e senti o calor do seu corpo, enquanto seus olhos permaneciam vidrados na grande tela presa à parede. Comecei a prestar atenção na partida para fazer companhia àquele amor clubista da Dona Irene. E foi justamente aí que cometi um erro.
_ O Fluminense está bem melhor, né?
_ O quê? Você está aqui há menos de dois minutos e vem me falar uma besteira dessa?
Assim que ela completou essa frase, o narrador grita "Gol do Fluminense!!!" Pra quê? A minha mulher me lançou um olhar de fúria, como se eu fosse o responsável por aquele gol. Seja como for, tratei logo de me levantar e voltar para a sala, onde tomei mais uma surra da minha filha, que estava impossível com as cartas naquele dia.
- Nota de esclarecimento: A crônica "Dona Irene e o pé-frio" foi publicada pelo Notibras no dia 16/7/2023. Por solicitação do jornal, foi feita pequena alteração no texto para que se adaptasse aos leitores do Notibras.
- https://www.notibras.com/site/entre-palmeiras-e-cartas-jogar-baralho-doi-menos/