O plantão da delegacia estava abarrotado, mas o agente
Ricky Ricardo precisou designar dois policiais para um local de furto em
residência. Chamou o Pedro, um dos mais competentes da delegacia. No entanto,
para acompanhar o colega, estava sem melhores opções e, por isso, mandou o
Santana. Que lástima! Fazer o quê?
Os dois agentes, já na
viatura a caminho do local de crime, tiveram que enfrentar um
engarrafamento. Pedro, ao volante, procurava encontrar uma brecha
entre os carros para chegar logo, enquanto o Santana, com aquela vontade louca
de acender mais um cigarro, abriu a janela da viatura. As baforadas começaram a
sair da chaminé instalada entre o nariz e o queixo do antigo policial.
Quase
meia hora após, eis que os canas estacionaram em frente a uma casa na parte
mais nobre da cidade. Pedro, mas ágil e proativo, desceu do veículo para
desenrolar aquela situação. Quanto ao Santana, com os costumeiros movimentos de
bicho-preguiça, ainda quis acender outro cigarro antes de descer da
viatura.
Pedro,
serelepe que nem esquilo, sacou um pequeno caderno e uma caneta do bolso a fim
de começar a anotar os detalhes para começar as investigações. Também precisava
averiguar possíveis pontos de vestígios deixados pelo ladrão para que a seção
de perícia fosse acionada. Quando o policial estava conversando com a dona da
residência, eis que o Santana surge. Pedro, que já conhecia o modus operandi do
colega, se afastou para procurar alguma pista, enquanto Santana e a vítima
conversavam.
— Por
onde o ladrão entrou?
— Por
aquela janela.
—
Hum... O ladrão entrou por aquela janela?
— Sim.
— Entrou
por aquela janela?
—
Isso.
— O
ladrão entrou por aquela janela, né?
— Foi
o que eu disse.
—
Hum... Então, a senhora está me dizendo que o ladrão entrou por aquela janela
ali?
Após
quase 10 minutos naquela lenga-lenga, a mulher começou a se irritar com o
Santana. Pedro, percebendo a situação, tratou logo de puxar o colega pelo braço
e ir embora, mesmo porque sabia que precisava retornar o mais rápido
possível para a delegacia, pois Ricky e Evelina estavam sozinhos para atender
aquele mundaréu de gente. Mal entraram na viatura, o Santana, com a cara mais
cínica do mundo, ainda quis se fazer de desentendido.
— Você
viu aquela mulher, Pedro? Que estresse foi aquele? Esse mundo está mesmo
perdido!
- Nota de esclarecimento: O conto "Santana e o furto em residência" foi publicado por Notibras no dia 27/5/2024.
- https://www.notibras.com/site/santana-cansado-joga-estresse-para-a-vitima/
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