Aquelas
duas meninas com cara de buldogue se divertiam demais com a irmã caçula, que
ainda não completara dois anos. Era nítido, para os que olhavam aquele trio,
que a felicidade havia encontrado uma confortável poltrona e, sem qualquer
cerimônia, se instalado ali. E haja fôlego para tantas brincadeiras.
Era
um corre-corre para todos os lados, como se o mundo lhes pertencesse. E quem
ousaria discordar? Capaz de ficar com cara de tacho, diante de tamanha alegria
das espoletinhas.
Os pais, sentados em um banco de cimento,
observavam aquela algazarra sem hora para acabar. Os dois se entreolhavam e
sorriam, admirados que estavam com tanta energia.
— Como pode?
— Olha! Olha!
— Gente, o que é isso?
— Que espoletas!
— Não param nunca.
— Nunca.
— E como gritam!
Gritavam em linguagens distintas, mas que se
encontram nas trilhas das brincadeiras sem fim. Afinal, crianças se entendem,
não importa a espécie. São crianças, e é o que são.
- Nota de esclarecimento: O conto "Crianças são crianças" foi publicado por Notibras no dia 20/6/2025.
- https://www.notibras.com/site/nao-importa-a-especie-elas-sempre-se-entendem/
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