Quem não se conformava com a mania da mulher
era justamente Heraldo, o marido. Cansado de passar desconforto por conta das
fofocas da esposa, o gajo apertou o passo para chegar logo ao lar, doce lar.
Mal abriu a porta, flagrou a amada tagarelando maledicências com Neide, vizinha
do andar acima.
          — Que coisa, Zuleica!
        — Pra
você ver, mulher! Não dá pra confiar em ninguém mais neste mundo.
          — É verdade! Coitado do marido da
Claudete. 
          — Coitado nada! Aquele ali também não é flor
que se cheire. 
          — Sério?
          — Hum! Se eu te conto, tu cai dura aqui!
          — Pois conte, mulher!
          De tão entretida com a conversa, as duas
amigas quase não perceberam a chegada do homem. Ele beijou o rosto da Zuleica e
cumprimentou a convidada.
          — Oi, amor! Chegou mais cedo hoje.
          — É que não estava me sentindo bem. 
          — Hum! Aposto que andou comendo besteira de
novo.
          — Estou melhor agora.
          — Hum! Vou preparar um chá de boldo pra você.
Quer também, Neide?
          — Obrigada, Zuleica. Mas preciso ir, que o Julião
já, já chega também. 
          Após Neide sair, Heraldo, cara amarrada,
acomodou-se no sofá. 
          — Que cara é essa, meu bem?
          — Nada.
          — Como não é nada?
          — Zuleica, que mania feia de ficar futricando
a vida dos outros!
          — Hum! 
          — Quando é que você vai parar com isso? O povo
vive comentando.
          — Heraldo, meu querido, se não fosse o
mexerico, a humanidade ainda estaria grunhindo.
- Nota de esclarecimento: O conto "Zuleica e o mexerico" foi publicado por Notibras no dia 5/1/2025.
 - https://www.notibras.com/site/zuleika-fofoqueira-justifica-intrigas-como-ato-de-evolucao-da-humanidade/
 

Eta Zuleika fofoqueira, além de fofocas ainda apimentava para por lenha na fogueira. Amei.
ResponderExcluirEla é muito fofoqueira mesmo. rs Obrigado, Luzia!
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