— São só as laranjas?
— Ah, sim!
— Quatro e setenta.
— Débito.
A mulher, antes de sair da
loja, olhouu para os dois lados, olhou adiante. O jovem havia mesmo
desaparecido. Se contasse, ninguém acreditaria. Mesmo assim, foi o fez assim
que chegou ao pequeno que dividia com Clarice.
— Você não vai acreditar.
— No quê?
— Lembra que te
falei de um cara que me ajudou na semana passada?
— Hum... Não.
— Clarice, você é
mesmo uma cabeça-de-vento.
— São os meus alunos
que me tiram do sério.
As duas riram.
— Quer café?
— Quero te contar o
que aconteceu.
— Tá. Tô ouvindo.
Mas quer café?
— Quero. Colocou
açúcar?
— Não, né!
— Ah, bom!
— Tá, mas e a
história?
— Clarice, eu te
falei, sim, do cara que me ajudou a trocar o pneu.
— Ah, tá!
— Pois é, menina!
Esse mesmo!
— E o que tem ele?
— Você acredita que
ele me assaltou hoje?
— Sério?
— Sério!
— Que
coisa!
— Pois é,
Clarice! Assim que eu o encontrei, quis agradecê-lo, mas ele foi mais ligeiro.
Levou minha carteira e parte da minha gratidão.
- Nota de esclarecimento: O conto "Gratidão roubada" foi publicado por Notibras no dia 31/1/2025.
- https://www.notibras.com/site/editoria/quadradinho-em-foco/
Nenhum comentário:
Postar um comentário