Lauro, casado com a Dani, amiga de longa data da Sofia, que era casada com o Jairo, que jogava no mesmo time do Lauro nas peladas de domingo no bairro daquela pequena cidade próxima a Brasília. E foi justamente num final de semana que os olhares do Lauro se cruzaram com os da linda esposa do seu companheiro de pelota.
Num drible desconcertante num marcador, Jairo
alçou a bola na área, onde encontrou a certeira cabeçada do Lauro. Gol! E que
gol! Gol de placa! Tanto é que o garçom da jogada foi comemorar na beira de
campo com a esposa, que, por sua vez, por cima do ombro do marido, observou o
artilheiro dar um beijo na amada. Lauro, talvez procurando o colega, se deparou
com aquele par de olhos lindos lhe lançando um sorriso.
No final do jogo, Sofia convenceu o marido a
convidar o outro casal para comemorar a vitória. E, durante o resto do dia,
entre um petisco e outro, algumas garrafas de cerveja foram esvaziadas, até que
se despediram e cada par foi para o lar, doce lar. No entanto, não antes das
costumeiras promessas de se reencontrarem no domingo seguinte. E foi o que
aconteceu.
Mais um jogo, mais uma vitória do time do
Lauro e do Jairo. Outra comemoração regada a comes e bebes. Quase tudo como na
semana anterior, caso não fosse por um detalhe despercebido pela Dani e pelo
marido da amiga. É que, furtivamente, Sofia passou, por debaixo da mesa, um
bilhete para Lauro, que, a princípio, ficou surpreso. Tal surpresa, todavia,
era algo que já desejava desde aquela primeira troca de olhares.
Pois é, o inevitável aconteceu no dia
seguinte. Logo após atender mais um cliente no trabalho, Lauro, ansioso que
estava, mandou uma mensagem para Sofia. Esta, por sua vez, respondeu em
seguida. Marcaram um encontro para o dia seguinte, durante a hora do
almoço.
O dia correu lento, o que deixou aqueles dois
repletos de expectativas. Seja como for, finalmente, na hora marcada, Sofia e Lauro
se encontraram em frente a um restaurante no centro. Prudentes que eram,
preferiram não ficar muito tempo ali e, decididos, rumaram para um motel na
saída da cidade.
Mal pisaram na luxuosa suíte, os dois se
atracaram em calorosos beijos e abraços. No entanto, após consumarem o primeiro
ato, eis que Lauro, abatido por uma saraivada de culpa, mal conseguiu encarar a
amante.
— Mas isso é certo?
— O quê?
— Esse lance de ficarmos juntos.
— E por que não seria?
— Ué, você é a melhor amiga da Dani, e eu jogo no mesmo time do
seu marido.
— Ih, se eu fosse pensar em só fazer as coisas certas, nem sairia da cama. Aliás, volta aqui, que ainda nem começamos a nos divertir direito.
- Nota de esclarecimento: O conto "Lauro e a mulher do companheiro de futebol" foi publicado por Notibras no dia 12/8/2024.
- https://www.notibras.com/site/sofia-nem-precisa-de-var-para-viver-depois-de-pelada/
Nenhum comentário:
Postar um comentário