domingo, 19 de outubro de 2025

Entre baratas e escorpiões

Vago num deserto sem fim

meus pés afundam em cinzas universais

divido o meu tempo

com baratas e escorpiões

apenas baratas e escorpiões


A pele me queima a alma

divido o meu tempo

com baratas e escorpiões


Olho em volta

olho de novo

e não consigo acordar

divido o meu tempo

com baratas e escorpiões


Estudei mais do que devia

atravessei pontes distantes

e proibidas

descobri que do outro lado

só existem baratas e escorpiões


Encontro minha imagem refletida

no fundo de uma panela vazia

e não me reconheço 

  • Nota de esclarecimento: O poema "Entre baratas e escorpiões" foi publicado no Café Literário do Notibras no dia 19/10/2025.
  • https://www.notibras.com/site/entre-baratas-e-escorpioes/

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