quarta-feira, 13 de novembro de 2024

Um dia ensolarado em Brasília

      

         Eis que estou aqui em casa, quando a minha esposa, a famosa Dona Irene, solta aquela gargalhada. Imediatamente, lanço um olhar e um sorriso bobo diante de tamanha beleza. 

        _ O que foi, amorzinho?

        _ Edu, lembra daquele dia em que estávamos naquela praça lá em Brasília com o Chengulo, e uma mulher apareceu e perguntou se você poderia responder a uma pesquisa?

         _ Lembro. E o que tem isso?

          _ É que você disse que tínhamos um filho de sete anos que se chamava Chengulo.

          _ E daí?

           _ Daí que ela fez uma cara de surpresa. Até repetiu o nome: "Chengulo?"

          Pois é, isso aconteceu numa manhã ensolarada na Asa Norte, quando estávamos passeando com o Chengulo. A moça da pesquisa não percebeu que estava diante do nosso filho, pois imaginou que ele estaria na escola. 

            É engraçado como a vida é tão curta, especialmente a dos cães. No entanto, parece que eles vivem de modo mais intenso, como se soubessem que não há tempo a se perder. Mas não na ânsia de ganhar cada vez mais e mais dinheiro, ser reconhecido por isso ou aquilo. E o Chengulo, com aquela cara achatada, faz muita falta. O que me conforta é que ele soube como ninguém levar uma vida plena de cachorro. 

  • Nota de esclarecimento: A crônica "Um dia ensolarado em Brasília" foi publicado por Notibras no dia 13/11/2024.
  • https://www.notibras.com/site/chengulo-o-filhote-teve-vida-plena-de-cachorro/

Nenhum comentário:

Postar um comentário