De tão convincente era Rita, que quase ninguém duvidava do
que dizia. Contida para não levantar suspeitas, ela era ria do furor que
provocava. Tanto é que até a Jurema, amiga de longa data, ficava boquiaberta
diante das situações.
— Mulher, se assossega!
— Ué, por que eu faria isso?
— Rita, o povo não para de comentar.
— Pois deixe que fale. A fofoca é um direito de todos. Está
até na Constituição.
— Sério? Até na Constituição?
— Sei lá! Mas se não tiver, bem que
poderia estar.
Pois não é que a Jurema estava ao lado
quando a Rita provocou mais um pequeno reboliço? E foi justamente no encontro
de oito anos de formatura da turma de Serviço Social, bem ali no bar de sempre
na Asa Norte, em Brasília.
Enquanto os antigos colegas se divertiam
com lembranças dos tempos de faculdade, eis que adentrou no recinto um belo
rapaz de lá seus 30 anos. Impossível não notar aquele deus grego, quando,
então, a Rita mencionou.
— Ah, esse gato na minha cama!
— Rita, mas você não é casada?
— E daí, Solange? Não é porque estou de
dieta que não posso olhar o cardápio.
- Nota de esclarecimento: O conto "Rita, a mulher das liberdades" foi publicado por Notibras no dia 27/11/2024.
- https://www.notibras.com/site/rita-mulher-das-liberdades-fazia-dieta-mas-sempre-olhava-o-cardapio/
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