Na sala sob a cortina
uma mesa ao
centro
fichas se
misturam
ao antigo
baralho
Risco um
fósforo
e acendo
mais um
que vem
somar suas cinzas
às dos
outros tantos
que já
perdi a conta
Olhares de
desconfiança
embaçados por tanta fumaça
no ar
e pela
poeira
que sobe do
velho tapete
O gelo do
meu copo
de whisky
ou nem sei
o quê
já derreteu
Mais pontas
amontoadas
no cinzeiro
e nenhum de
nós percebe
que o tempo
já não é
dono de si
- Nota de esclarecimento: O poema "Sob a cortina" foi publicado no Café Literário do Notibras no dia 11/8/2025.
- https://www.notibras.com/site/sob-a-cortina/
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