Ele era escritor, mas quem era dona da palavra era a sua
amada, que sempre tinha a resposta pronta na ponta da língua ou, caso não
tivesse, era artista o suficiente para dizer qualquer coisa que confortava o
coração do sujeito. Entretanto, naquela manhã, ele recebeu uma mensagem dela,
que o deixou perplexo. Não apenas palavras, como também uma fotografia, cuja
incongruência com o dito era flagrante: "Sua esposa velha."
O homem pensou, sorriu, voltou a pensar e, novamente,
sorriu. Velha? Onde? Quando? Velha? Como assim? Não disse nada, preferiu
escrever e mostrar que ela, pelo menos dessa vez, estava enganada.
Ele pensou em fazer um poema, mas talento lhe faltava para
tanto. Era da prosa. Todavia, arriscou e, usando o instinto, acabou por ser
ainda mais piegas do que de costume.
Assim que abriu a mensagem, ela sorriu e pensou, quer dizer, teve certeza de que ele era o mais desastrado poeta que já havia lido. Que estabanado! Desajeitadamente lindo.
- Nota de esclarecimento: O conto "Ela e o poeta" foi publicado por Notibras no dia 30/8/2025.
- https://www.notibras.com/site/ela-e-o-poeta/
Nenhum comentário:
Postar um comentário