segunda-feira, 3 de novembro de 2025

Os pescadores, a onça e o cigarro

    

Dizem que quem acredita em história de pescador é mais ingênuo do que os que se apaixonam pela primeira vez. Mas eis que, caso você tenha fé neste escriba, puxe a cadeira, recomendo até aquela acolchoada, e aproxime-se. Se for o caso, ainda sobraram alguns salgadinhos que consegui surrupiar da festa de aniversário de um sobrinho. Estão na geladeira, dentro de um potinho de plástico de tampa vermelha. Sirva-se, por favor, sem parcimônia. 

         Quatro amigos, todos ao redor dos 60 anos, cujos nomes poderiam gerar desconfiança: Popoca, Antonho, Mosés Seisho-no-ie e Celestiano. E lá foi a patota rumo ao lago Serra da Mesa, um dos maiores do Brasil, na região de Niquelândia-GO, que fica a aproximadamente quatro horas de viagem de Brasília.

          Durante o trajeto, os confrades, ainda que camaradas, talvez até por tal condição, procuravam azucrinar a cabeça um do outro. Popoca, certamente o mais gaiato, instigava o Antonho a não deixar barato uma piada 

          — Ah, não, Antonho! Você entendeu o que o Celestiano disse sobre a sua pessoa?

          — Minha pessoa? E quem é essa minha pessoa?

          — Ué! É tu, mané!

          — Eu?

        Enquanto Popoca, Mosés Seisho-no-ie e Celestiano gargalhavam, Antonho, justamente o mais parrudo da trupe, fechou a cara. Estariam aqueles três zoando da sua pessoa, que, àquele momento, ele entendeu que era ele? Ah, aquilo não ficaria assim. Mas vingança é prato que se come frio e, não tardaria, ele encontraria um meio de se vingar não apenas do Celestiano, mas também dos outros cúmplices de festejos em forma de risadas. 

          Assim que chegaram, os quatro amigos trataram de preparar a tralha, mesmo porque não queriam perder tempo, ainda mais que a tarde corria que nem bicuda, peixe encontrado por ali. O plano era colocar o barco na água e partir para uma ilha, onde acampariam por alguns dias. Era algo da qual gostavam muito. Natureza, bem longe da civilização e rodeados de mosquitos. 

            — Cadê o repelente, Celestiano?

            — Ué, Popoca, não era a vez do Mosés trazer?

            — Minha? Eu trouxe da última vez. Por acaso se esqueceu?

            — Antonho, cadê o repelente?

            — E eu lá sei de repelente, Popoca?

          Discute daqui, discute dali, discute até de acolá, eis que o Popoca solta aquela gargalhada e, em seguida, retira quatro frascos de repelente da mochila.

            — Tá aqui, bando de bocós!

          Salvos das muriçocas, Popoca e seus parceiros, após se alojarem na ilhota, resolveram acender uma fogueira a fim de aquecê-los, bem como espantar possíveis animais. Eles sabiam que havia uma onça-pintada na região e, ressabiados que eram, queriam manter a fera afastada.

            Você já deve ter escutado que homens vivem menos, e não faltam razões para tal afirmação. Pois é, acredite ou não, Antonho e Celestiano decidiram sair de barco quando começou a escurecer. Lembre-se de que o lago é muito grande, e, caso a pessoa não conheça o local, corre o risco de se perder, ainda mais de noite, quando todas as partes do parecem iguais. Alerta é que não faltou.

          — Vocês estão variando?

          — Mosés, tá tranquilo. Confio no Antonho como se fosse meu avô.

          — Tá me chamando de velho, Celestiano?

          — Nunca! Jamais! 

          — Hum!

          Popoca, apesar de brincalhão, não gostou daquela ideia e tentou dissuadir os colegas. Não adiantou. Teimosos que eram, lá foram Celestiano e Antonho, confiantes que estavam que aquela era a hora ideal para se pescar uma boa corvina. Não demorou, a dupla sumiu na imensidão da Serra da Mesa. 

          Não teve jeito. Popoca e Mosés Seicho-no-ie tiveram que se conformar e, após quase três horas ao redor da fogueira, nem cogitaram dormir, tamanha a preocupação. Conjecturaram e rezaram todas as rezas que conheciam e, quando já não conheciam mais, começaram a inventá-las. Lamentosos, pediam que os aventureiros retornassem sãos e salvos.

          A realidade, entretanto, mostrava sua face mais cruel. É que Antonho e Celestiano, como já era previsto, se perderam e, pior, a gasolina acabou. O resultado foi que tiveram que remar, remar, remar, remar... 

        — Celestiano, você não sabe nem remar. Remar é para os nobres.

          — Hum! Antonho, se suas pescarias forem caminho, só quero andar pelos desvios a partir de agora.

          Remaram tanto que, já era de madrugada, quando os dois, milagrosamente, chegaram a uma outra ilha. Sem alternativa, retiraram o barco da água e o puxaram alguns metros adiante.     

          Os perdidos, diante da temperatura que havia baixado consideravelmente, tiveram que deitar de conchinha para tentar aplacar o frio. E não pense você que conseguiram dormir, pois algo parecia espreitá-los. Sim, isso mesmo! Esturros de onça-pintada, que parecia cada vez mais perto. 

           — Num vai borrar as calças, Celestiano!

           — Pois eu digo o mesmo pra você, Antonho! Ouvi dizer que onça sente cheiro de bosta de longe.

          Não sei se você conhece a música "Galho seco", do Zé Gerado. Bem, há uma parte da letra que é assim: "quando tudo está perdido, só quando tudo está perdido na vida, é que a gente descobre que na vida nunca tudo tá perdido, minha flor". Pois, no momento em que os dois desesperados se encontravam em uma encruzilhada, eis que surgiu um relampejo de lucidez.

          — Antonho, me dá um cigarro.

          — Num é possível que você vai querer fumar justamente agora. 

          — Me dá logo esse cigarro, homem!

          Antonho, não querendo discutir justamente no instante em que ele e o amigo iriam virar comida de onça, pegou o maço e o entregou.

          — O isqueiro, né?!

          — Tu vai mesmo fumar agora?

          — Vamos!

          — Num tô com vontade, Celestiano.

          — Pois vai fumar, nem que eu tenha que enfiar o cigarro goela abaixo.

          — Tá bom! Tá bom!

          Assim que passou o isqueiro para Celestiano, Antonho viu dois olhos gateados brilhando vindo na sua direção. Não teve dúvida, era mesmo a onça-pintada, que caminhava tranquilamente.

          — A onça!

       Celestiano rosqueou, rosqueou, rosqueou até que, finalmente, a chama se fez presente. Acendeu o cigarro e deu aquela tragada. Em seguida, soltou a fumaça, enquanto sacudia o isqueiro acida da cabeça. 

        — Fuma, Antonho! Fuma também!

        Sem alternativa e vendo que aquilo estava funcionando para manter o felino afastado, Antonho acendeu um cigarro e começou a fumar. Pensou em juntar uns galhos secos, mas a ilhota não passava de um banco de areia. O jeito, então, era acender um cigarro atrás do outro e torcer para que eles não findassem até o dia raiar.

           Por sorte, algumas horas após, começou a clarear, quando Antonho e Celestiano perceberam que nem sinal da fera, além de pegadas do tamanho de abacate dos graúdos. Talvez ela não estivesse com fome ou, então, estaria mais interessada nos jacarés. Seja como for, os homens arrastaram o barco de volta para o lago e, após algumas horas, conseguiram avistar dois indivíduos conhecidos, que acenavam vigorosamente. Lá estavam seus amigos Popoca e Mosés Seisho-no-ie.

            Mais várias remadas, agora com os ânimos aliviados, Celestiano e Antonho conseguiram chegar à ilha. Abraços efusivos dos quatro companheiros de viagem. Nada mais de se aventurar noite adentro.

              A pescaria, apesar do susto, foi proveitosa. Não por conta da quantidade dos peixes, que não foi além de dois tucunarés e uma corvina. E, na última noite no local, os quatro acenderam uma fogueira, onde assaram os peixes. Foi aí que o Popoca, incomodado com a fumaça dos cigarros do Celestiano e do Antonho, disse:

          — Vocês dois vão acabar morrendo de tanto fumar.

          — Hum! Popoca, pois fique sabendo que foi justamente o cigarro que nos salvou. Num foi, Celestiano?

           — De acordo, meu amigo Antonho!

  • Nota de esclarecimento: O conto "Os pescadores, a onça e o cigarro" foi publicado por Notibras no dia 3/11/2025.
  • https://www.notibras.com/site/os-pescadores-a-onca-e-o-cigarro/

domingo, 2 de novembro de 2025

Papillon

Sou Papillon

a borboleta cinza da noite

Minhas asas se fecharão

sobre seus olhos

só pra você entrar

no meu sonho

Tudo é escuro!

Tudo é tão escuro...

Meu sonho é cinza

branco no preto

preto no branco

Vou ler sua língua molhada

este é o meu sonho

Vou lamber o céu... Este céu!!!

só pra poder sentir

o sexo dos anjos

Eu amo tanto a noite

que sou incapaz de deixá-la

só pra ir dormir

com este meu corpo tão insano

Sou Papillon

a borboleta cinza da noite 

  • Nota de esclarecimento: O poema "Papillon" foi publicado no Café Literário do Notibras no dia 2/11/2025.
  • https://www.notibras.com/site/a-borboleta-cinza-da-noite/

Marinete, a pobretona

    

Marinete, desde os miseráveis tempos de menina, se arrastava no rodapé da sobrevida. Descartável, nada mais do que figura insignificante que não despertava nem a mais simples compaixão de quem quer que fosse. Antes uma barata, que ainda poderia se esconder embaixo do sofá. À mulher, restava o esgoto. Simples assim.

          Diarista, mãe solo de quatro, sustentava a cria como dava. Também, quem mandou acreditar na lábia de sujeito homem? Culpada havia sido ela, já que ingenuidade tem validade, e não era direito carregá-la após os 12. Que pagasse por seus erros e não abrisse a boca para reclamar, pois já o fazia em demasia para engolir os nacos de pão duro que almas caridosas lhe jogavam. 

          Acostumada com quase nada, Marinete passou a se questionar sobre a própria condição, ou melhor, a falta de uma para se manter minimante, ainda que, para que isso acontecesse, precisasse percorrer um longo caminho, pior, jornada, pior ainda, verdadeira odisseia. Pensou, pensou, pensou durante dias, até que vislumbrou nada. Sem saída, acuada que nem rato no canto do beco, não teve escolha a não ser...

          Bem, o plano inicial era assaltar um banco, tocar o terror, matar ou morrer. Diante de tamanha inexperiência para se apoderar do que era dos outros, ainda mais à mão armada, desistiu. Imagine se isso virasse notícia? Ih, todo mundo iria saber e, não tardaria, bocas ferinas destilariam veneno: 

          — Você viu a Marinete? 

          — Pois é, sempre soube que nunca daria boa coisa. 

          — Mas assaltante de banco? 

          — É mesmo, você tem razão. Pegou pesado!

          Marinete sacudiu a cabeça e deu dois leves tapas na testa com o intuito de afastar qualquer pensamento criminoso. Todavia, já era tarde. Se lhe faltava coragem para assaltar banco, não quer dizer que não pudesse ser a beneficiária de tal intento, ainda que por acaso. E não foi justamente o que aconteceu?

          Pois lá estava a indigente, bem ali na Asa Norte, remexendo um o contêiner abarrotado de lixo, quando dois homens, desesperados, pareciam fugir de assombração. Não era fantasma nem mula sem cabeça ou boitatá. A polícia! Corram ligeiro, que os canas, motorizados que estavam, logo chegariam.  Uóu, uóu, uóu!

          De repente, um dos assaltantes jogou uma mochila no colo da Marinete.

          — Toma, tia!

          Espantada ficou, mas, boba que não era, percebeu que o melhor a se fazer era se fingir de sonsa. E foi o que fez. Mal os homens sumiram de vista, Marinete jogou a mochila dentro da lixeira. Não tardou, os homens, os ditos homens, pararam o camburão.

          — Ei, você aí! Viu dois sujeitos passar por aqui?

          Marinete pensou por um instante e, diante da impaciência dos policiais, fez-se de desentendida e voltou a mexer na caçamba, onde pegou um pedaço de pão cheio de bolor esverdeado. Deu aquela dentada e sorriu os poucos dentes enegrecidos. 

          — Vamos, Teixeira! Essa aí é doida-de-pedra.

          Assim que a viatura arrancou, Marienete esperou por um ou dois minutos, olhou para todos os lados, pegou a mochila e abriu o seu zíper. Que dinheirama era aquela? Estaria ali todo o dinheiro do mundo?

Abismada, tratou de sair dali antes que os homens ou homens de verdade retornassem. Não ficou rica, mas foi o suficiente para voltar para sua terra, comprar uma casa e arrumar os dentes. 

  • Nota de esclarecimento: O conto "Marinete, a pobretona" foi publicado por Notibras no dia 2/11/2025.
  • https://www.notibras.com/site/marinete-a-pobretona/

sábado, 1 de novembro de 2025

Carlos, mas pra que tudo isso?

          

        Há gente que é afeita a criar imbróglios por qualquer coisa e, não raro, esse tipo se depara justamente com alguém que é terminantemente avesso a tais situações. Exagero? Pode até ser, pois não serei eu, mero contador de causos, a buscar atrito justamente com você, que, gentilmente, se dispôs a me ler.

          Reparou que fiz uso de metonímia? Pois é, de vez em quando, recorro a tal recurso literário para tornar o texto mais, mais... Como vou dizer? Ah, atrativo. Concorda? Não precisa concordar, pois, caso discorde, acompanharei seu voto para evitar pendengas desnecessárias.

          Não estou aqui para falar de mim e, com o perdão pela franqueza, nem de você. Não que eu esteja desmerecendo a sua nobre contribuição, já que leitores são fundamentais para qualquer escritor que deseja ser lido. E não sou diferente. Entretanto, no entanto e todavia, aqui quero falar sobre o Carlos, que é Gomes que nem o nosso mais importante compositor de ópera, Carlos Gomes, contemporâneo do carioca Joaquim Maria Machado de Assis, mas paulista de Campinas.  

          Atrevido em gestos e palavras, o Carlos, não o afamado fazedor de música, mas o amigo do Afrânio, detém a estupidez de brigar por migalhas. Isso mesmo! Não importa se por míseros centavos ou por qualquer ninharia, simplesmente pelo mero prazer de provocar confusão, como se isso alimentasse seu ser e, não duvido, até a alma. 

          Carlos e Afrânio lá estavam sentados em um bar, bem ali na Asa Norte, a fim de degustarem sardinha frita com cerveja estupidamente gelada. Repare também que aqui recorro a outra figura de linguagem, no caso, a hipérbole. Sim, para descrever o quão refrescante estava a rainha das bebidas dos botequins. 

          Pois lá estavam os amigos, entre sorrisos, risos e gargalhadas, ainda mais porque Afrânio é um excelente piadista. Desse modo, não foi difícil para ele quebrar o coração de pedra do Carlos. Sim, tenho certeza de que você percebeu que se trata de uma metáfora, pois, até onde me consta, não existe ser vivo com aquele órgão, comumente relacionado às emoções, feito de rocha. 

          Enquanto os camaradas se divertiam, eis que o ambiente começou a encher de pessoas com camisas, bandeiras, bandeirolas e outros apetrechos do Atlético Mineiro, que enfrentaria logo mais o América Mineiro na grande final do Campeonato Mineiro de 2025. Não tardou, a galera, mais animada do que pinto no lixo, começou a gritar: 

        — Galo! Galo!! Galo!!!

        Afrânio, preocupado com qualquer atitude intempestiva do amigo, tratou de pedir a conta. Carlos, por sua vez, furioso, começou a lançar olhares desafiadores para aquela turba de fanáticos. Mas eis que, parece, os deuses do futebol estavam ao lado do brigão, pois, não tardou, o garçom trouxe a conta, que foi amigavelmente dividida entre os confrades.

          Já no minuto seguinte, os dois parceiros tomaram a calçada, para alívio do Afrânio. Mas eis que, quando já estavam a uns bons cem metros do local, o incauto Carlos voltou correndo para frente do bar e gritou:

            — Cruzeiro! Zeiro!! Zeeeeiiiiiroooo!!!

          Já adivinhou o que aconteceu, né?! Pois é, alguns exaltados torcedores do Atlético se levantaram e foram tomar satisfação com o atrevido. Sebo nas canelas, já que o Carlos pode até ser casqueiro, mas não é maluco. Por sorte, ele é ligeiro que nem a mascote do América Mineiro.

             Bem, talvez você esteja se perguntando como é que tomei conhecimento dessa história, já que não mantenho contato com os dois há tanto tempo, que nem me lembro de quando foi a última vez. Entretanto, no entanto, todavia, naquele mesmo bar, entre os fanáticos pelo Galo, estavam a Marina e o João, casal morador do Noroeste. E, após o apito final, enquanto a torcida, eufórica que estava por mais um título do Atlético, a Marina se lembrou de telefonar para a minha mulher:

               — Dona Irene, você não vai acreditar na última do desvairado do Carlos. 

               Ah, detalhe! O Carlos nem gosta de futebol.

  • Nota de esclarecimento: A crônic "Carlos, mas pra que tudo isso?" foi publicada por Notibras no dia 1º/11/2025.
  • https://www.notibras.com/site/carlos-mas-pra-que-tudo-isso/

Sombra na despedida (Crônica de autoria da escritora Dona Irene)

 

Soube que em São Paulo existe um lugar chamado Estrada das Lágrimas. Hoje, ela corta Heliópolis (que disputa com Paraisópolis o título de maior favela da cidade), mas nem sempre foi assim. Pesquisando, descobri que em 1916, no bairro do Ipiranga, havia uma velha árvore que se tornara ponto de referência para os que partiam de São Paulo em direção ao mar.

Era conhecida como árvore das lágrimas, porque ali se marcava o momento das despedidas. Parentes, amores e amigos se reuniam sob sua sombra para o último abraço antes da separação. Reza a tradição que até Dom Pedro I passou por essa estrada a caminho do Ipiranga. Durante décadas, os paulistas carregaram consigo a memória de deixar alguém ou de serem deixados naquele ponto, onde a vida ganhava o peso da ausência e da saudade.

Fiquei pensativa sobre o que aquele lugar testemunhou. Quantos olhos marejados repousaram na árvore? Quantos corações se apertaram, sabendo que talvez nunca mais veriam aquele rosto querido? É como se o tronco guardasse em sua casca todas as histórias de amor e de dor que se entrelaçaram ali.

Hoje, a árvore não está mais lá. Só restam a estrada e o nome, que ecoa como um memorial involuntário. A Estrada das Lágrimas continua, mas carrega no silêncio do asfalto a lembrança de todas as tristezas que já acolheu. E eu fico imaginando que, de alguma forma, aquelas lágrimas permanecem impregnadas no chão, lembrando que São Paulo, apesar de sua pressa e dureza, também já foi palco de despedidas carregadas de ternura e de perda.

  • Nota de esclarecimento: A crônica "Sombra na despedida", de autoria da escritora Dona Irene, foi publicada no Café Literário do Notibras no dia 1º/11/2025.
  • https://www.notibras.com/site/a-velha-arvore-irrigada-com-lagrimas/