Mas vamos voltar ao Leivinha, antigo ídolo do time da minha mulher. Aliás, ela tem um amigo muito próximo que conhece o Leivinha, ou seja, ela é quase amiga do Leivinha, mesmo que não o conheça pessoalmente. Na verdade, isso até a deixa ainda mais eufórica com o fato de ser palmeirense. "SABIA QUE EU quase CONHEÇO O LEIVINHA?", essa frase poderia ser dita por ela. Mas não tenho certeza de que ela chegaria a tanto.
Outra coisa que sei do Leivinha é que ele começou a jogar futebol no Linense, time de um colega de trabalho. Pois é, acredite ou não, eu conheço um torcedor do Elefante! Ele se chama Paulo Francisco e, assim como a minha esposa, é desses torcedores bem apaixonados. Que legal esse lance do Leivinha ter iniciado a sua fantástica carreira no Linense!
Esse craque destro, que batia com as duas com fantástica destreza, fez sucesso por onde passou, especialmente no Palmeiras. Mas o cara não era só bom de pernas, mas de cabeça também. Não sei exatamente quantos gols ele fez usando a parte recoberta por seus longos cabelos loiros, mas foram muitos. Ah, isso foi mesmo!
Pois bem, o time de botão do Palmeiras do Ademir e do Leivinha enfrentaram muito o meu Botafogo. Eu jogava até sozinho quando não tinha ninguém. Obviamente, minhas mãos tentavam fazer com que os botões desses craques chutassem a bola para fora. Mas os dois, craques até mesmo no formato de botão, desafiavam meu desejo de só fazer o Glorioso vencer.
O Ademir cruzava para o Leivinha, que, certeiro como as flechas do Robin Hood, conseguia balançar o gol do Manga. Sem chance! O Palmeiras fazia 1 x 0 no meu Fogão. E, antes mesmo que eu me desse conta, lá estava esse tal Leivinha arrancando depois de um lançamento do Ademir, invadindo a área e chutando rasteirinho no canto. Um calafrio tomava meu corpo, minha vontade era de jogar aqueles dois botões pela janela. Que raiva!!! Que desespero!
Quase final do segundo tempo, no placar o Verdão continuava em vantagem. Eu tinha que recorrer ao homem da mala para convencer o juiz a dar uma forcinha para o Botafogo. Na verdade, o Luiz Pereira havia tomado limpamente a bola do Amarildo, mas este se lançou ao chão tão plasticamente, que o juiz não teve dúvida. Marcou pênalti. O Mendonça (já falei certa vez que o meu camisa 8 era ele, apesar dos geniais Didi e Gerson), diminuiu. O Leão nem viu a cor da bola. Palmeiras 2 x 1 Botafogo.
O tempo regulamentar havia terminado. No entanto, lá estava o juiz, que havia sido convencido pelo homem da mala a não deixar o meu Botafogo perder, perder pra ninguém. O homem de preto estava determinado a cumprir o acordo. E foi novamente o Luiz Pereira, com sua classe costumeira, a dar um carrinho limpo no Amarildo. Novo tombo. Mais um pênalti marcado, agora nos acréscimos. Lá foi o Mendonça e empatou a peleja. Ufa! Melhor o juiz terminar logo o jogo, antes que esse Leivinha apronte mais uma! E foi o que aconteceu.
A minha esposa está aqui falando para eu escrever mais sobre o Leivinha. Sei que ele merece, pois era mesmo um cracaço! No entanto, meu coração alvinegro está em frangalhos, pois não é fácil recordar as jogadas e os gols do Leivinha, ainda mais porque ele jogava no outro time. Então, vou parar por aqui mesmo, apesar dela estar ao meu lado me fitando com cara de desaprovação.
- Nota de esclarecimento: A crônica "Leivinha, o craque" foi publicada por Notibras no dia 12/1/2024.
- https://www.notibras.com/site/jogo-de-botao-a-parte-ele-era-bom-mesmo/
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