A história que vou lhe contar hoje é verídica, assim como todas as outras publicadas aqui. Ou melhor, praticamente todas, eu acho. Seja como for, a minha esposa e eu estávamos viajando de carro para levar a minha filha mais nova, que mora em uma linda cidade do Espírito Santo. Obviamente, durante essa viagem, parávamos de tempos em tempos em algum posto da estrada. Foi logo na primeira parada, não sei exatamente se para abastecer o automóvel ou o estômago, minha filha apontou para um cachorrinho bem magrelo, de cor preta e canela, deitado próximo à uma bomba de gasolina. Ela me perguntou qual era a raça. Para os que não sabem, sou veterinário e conheço uma penca de raças de cães, provavelmente muito mais do que a grande maioria das pessoas imaginam existir. Mas deixa isso pra lá, pois pode parecer que estou querendo me vangloriar de algo que, na verdade, não tem muita importância. Voltando à história, respondi que não sabia, mas que poderíamos criar uma raça, já que muitos cães daquele mesmo tipo existiam nos postos de gasolina. A minha filha disse de prontidão: "Posteiro brasileiro!"
Aquilo fazia todo sentido, minha mulher também concordou. Só que a coisa não parou por aí, pois também criamos um padrão da raça para o posteiro brasileiro. Padrão da raça, para quem não sabe, é um monte de características ideais que um cachorro deve ter. Existem padrões de raça para outras espécies também, mas o nosso foco agora é o posteiro brasileiro. Não sei se foram os inúmeros biscoitos de polvilho que comemos durante a viagem, não sei se foi a adrenalina liberada depois de todas a risadas, mas nós três íamos numerando as coisas que um posteiro brasileiro legítimo deveria ter: deve ser bem magro, com as costelas aparecendo, a cor tem que ser preto e canela, o pelo tem que ser curto, deve ter pulga, deve ter sarna, tem que gostar de coxinha de galinha... A relação, por mais absurda que possa parecer, foi surgindo não sei como. Criamos posteiros brasileiros de vários tamanhos, depois criamos o padrão para a variedade posteiro brasileiro amarelo, já que a minha filha notou que nem todos os cães que víamos nos postos de gasolina eram de cor preta e canela.
Quando finalmente chegamos, reparamos que o Dudu, o cachorrinho da minha filha, também era um legítimo representante da raça posteiro brasileiro. Na verdade, não era exatamente isso. No entanto, como éramos os criadores dessa raça de cães, fizemos uma pequena alteração no padrão e, então, incluímos uma nova variedade, a de pelo longo. Essa foi uma das melhores viagens que me recordo. Ainda me lembro das gargalhadas desmedidas da minha filha, que muitas vezes é séria demais.
Uma das características mais marcante do Posteiro Brasileiro é comer tudo que é comestível a qualquer hora, depende só de alguém jogar pra ele.
ResponderExcluirKkkkkkkkkkm
Sim!!! Isso mesmo!!! O melhor tempero é a fome!
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