domingo, 8 de maio de 2022

Dona Irene e o engenheiro agrônomo

            Assim que comecei a namorar a Dona Irene, ela me perguntou:

— Por que a gente não faz outra faculdade?

 Pois bem, eu sempre gostei muito de exatas e respondi:

— Matemática!

Pra quê? Ela fez uma cara de nojo, como se eu tivesse esmagado uma barata com as mãos. 

          A minha namorada me mostrou uma lista enorme de cursos possíveis e, então, quase me obrigou a escolher engenharia agronômica. A Dona Irene disse que iria tentar educação física. E lá fomos fazer a inscrição pro vestibular da UnB. Todavia, ao invés de estudar para a prova, preferimos gastar o nosso tempo namorando. Por sorte ou sei lá o quê, passamos. 

          As aulas começaram e lá íamos os dois para a universidade. Nós nos encontrávamos na hora do almoço. Tudo ia muito bem, até que, antes mesmo de completarmos o primeiro semestre, a Dona Irene me vem com essa:

— Edu, vou largar o curso, pois fui promovida no trabalho e não vou ter tempo para estudar.

Aquilo foi um soco na boca do estômago! Mas fazer o quê? Então, disse para ela: 

          — Acho que vou largar também.

          A minha amada, assim que terminei de falar, me lançou um olhar furioso e quase gritou:

          — Tá maluco? Depois de tudo o que fiz por você? Você vai ser engenheiro agrônomo! Pronto e acabou!!!

          Como quase sempre tive juízo, tratei logo de obedecer o amor da minha vida.

  • Nota de esclarecimento: A crônica "Dona Irene e o engenheiro agrônomo" foi publicada por Notibras no dia 30/11/2024.
  • https://www.notibras.com/site/dona-irene-e-o-engenheiro-agronomo-que-virou-veterinario-e-cronista/

Nenhum comentário:

Postar um comentário