— Por que a gente não faz outra faculdade?
Pois bem, eu sempre gostei
muito de exatas e respondi:
— Matemática!
Pra quê? Ela fez uma cara de nojo, como se eu tivesse esmagado uma
barata com as mãos.
A minha namorada me mostrou uma lista enorme de cursos
possíveis e, então, quase me obrigou a escolher engenharia agronômica. A Dona
Irene disse que iria tentar educação física. E lá fomos fazer a inscrição pro
vestibular da UnB. Todavia, ao invés de estudar para a prova, preferimos gastar
o nosso tempo namorando. Por sorte ou sei lá o quê, passamos.
As aulas começaram e lá íamos os dois para a universidade. Nós
nos encontrávamos na hora do almoço. Tudo ia muito bem, até que, antes mesmo de
completarmos o primeiro semestre, a Dona Irene me vem com essa:
— Edu, vou largar o curso, pois fui promovida no trabalho e não
vou ter tempo para estudar.
Aquilo foi um soco na boca do estômago! Mas fazer o quê? Então,
disse para ela:
— Acho que vou largar também.
A
minha amada, assim que terminei de falar, me lançou um olhar furioso e quase
gritou:
— Tá maluco? Depois de tudo o que fiz
por você? Você vai ser engenheiro agrônomo! Pronto e acabou!!!
Como quase sempre tive juízo, tratei logo de obedecer o amor da minha vida.
- Nota de esclarecimento: A crônica "Dona Irene e o engenheiro agrônomo" foi publicada por Notibras no dia 30/11/2024.
- https://www.notibras.com/site/dona-irene-e-o-engenheiro-agronomo-que-virou-veterinario-e-cronista/
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