Veio a adolescência, seguida de transformações, que, de certa forma, a envergonharam. Todavia, depois de alguns anos, ela se apaixonou por si própria. Totalmente despida, olhava-se diante do espelho. Linda! Maravilhosa!
Não demorou muito, os amigos de infância todos foram se aprumando com alguém. Casamentos cheios de amor e promessas, outros nem tanto, alguns até por conveniência ou, então, simples arranjos entre famílias. E foi justamente na festança do casório da Taís, aquela que fizera companhia para Betina na escola, que o fato se deu.
Pois é, parece que Taís errou os cálculos na hora da famigerada tabelinha, embuchou e, antes que alguém percebesse, sua mãe a obrigou a se casar com o Albertinho, filho do seu Alberto, neto do seu Albertão, que também herdou o nome de algum ancestral. Gente sempre daquele lugar.
Aquele mundaréu de conhecidos, aquela quantidade de comida capaz de saciar a fome de um pequeno povoado. E lá estava a Betina, com um copo de licor entre os dedos, quando o Olavo, irmão do noivo, se aproximou. Ele já estava de olho naquelas carnes há tempos, mas Betina nunca lhe deu trela. Seja como for, o rapazola tentou mais uma investida, agora apelando para os brios da jovem mulher, no auge dos seus 29 anos.
_ Já está indo pro caritó, hein, Betina!
_ Tô indo tomar conta da minha vida!
E foi justamente o que ela fez. Mudou-se da cidade e, até onde se sabe, nunca mais voltou.
- Nota de esclarecimento: O conto "Betina, a mulher sem amarras" foi publicado pelo Notibras no dia 21/09/2023.
- https://www.notibras.com/site/entre-olavo-e-carito-betina-preferiu-outra-cidade/
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